A instalação de sistemas de energia solar nos telhados brasileiros triplicou em 2019 em relação ao ano anterior. Os dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Enquanto, em 2018, foram acrescidas 30 mil instalações nas próprias unidades consumidoras, em 2019 esse número chegou a 95,3 mil. Com a inserção desses novos sistemas, hoje no país funcionam 143,5 mil estruturas de geração distribuída que produzem a própria energia fotovoltaica.
Cabe ressaltar que o número é referente apenas à produção local de energia solar (quando a geração é próxima ao lugar de consumo). Ao analisar toda a geração distribuída, incluindo os sistemas remotos e de produção compartilhada, o total de instalações feitas só ano passado chega a 113,2 mil. Se somar tudo o que há em funcionamento no país de energia solar através da GD, chega-se ao total de 171 mil sistemas.
Geração solar está em expansão
Conforme especialistas, o aumento de informações sobre assunto, que vem ganhando visibilidade na mídia e recebendo mais atenção, o preço mais baixo e o peso da conta de luz impulsionaram esse avanço.
Cada vez mais os consumidores enxergam os sistemas fotovoltaicos como uma alternativa que irá gerar economia, além de contribuir para um planeta mais sustentável.
Entretanto, apesar dos grandes investimentos e altos índices de crescimento, os números do Brasil no setor solar ainda são baixos se comparados à outros países.
Leia também: Brasil alcança 170 mil MW de capacidade instalada em 2019.
Atualmente, o Brasil tem cerca de 2,4 GW de capacidade instalada (entre geração distribuída e centralizada). Em contrapartida, países menos populosos e menores, como o Japão e Alemanha, têm algo em torno de 56 GW e 45 GW, respectivamente.
Tal diferença se explica porque o Brasil está alguns anos atrasado no setor, se comparado aos outros países. A inserção da fonte solar na matriz energética brasileira iniciou de forma tardia, o que prejudicou o desenvolvimento dessa fonte no país. Porém, conforme foi possível observar, o selor só tende a crescer nos próximos anos.
Em breve, conforme entidades ligadas ao assunto, a energia solar irá ocupar um espaço considerável na matriz brasileira. Aos poucos a fonte hidrelétrica, que ocupa a maior parte da matriz elétrica do país, irá ser superada pela fonte solar e eólica.
Energia Solar deve quadruplicar no Brasil nos próximos 10 anos
Os resultados de 2019 evidenciam que o setor solar só tende a crescer no Brasil. E é isso que afirmam as estimativas do Plano Decenal de Expansão de Energia 2019-2029, divulgado nesta terça feira (11/02) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
De acordo com o relatório, o Brasil vai mudar a matriz energética até 2029, com uma redução na geração hidráulica e aumento significativo das fontes eólica e solar, que irão se multiplicar em dobro e quádruplo, respectivamente.
Apesar da evolução da matriz energética, o Brasil não ficará com geração mais limpa. Atualmente, o parque é composto por 83% de fontes renováveis e a previsão é de recuar para 80% em 2029. Embora a solar e eólica aumentem expressivamente, as usinas térmicas de gás natural também irão dobrar, ocasionando a redução da participação de fontes renováveis.
Fonte: Plano Decenal de Expansão de Energia 2019 – 2029.
Uma resposta