Em recente audiência pública da Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC), que teve como tema a matriz elétrica nacional e biocombustíveis, foi afirmado que o atual setor energético está cumprindo as metas ambientais. Assim, está alinhado com os compromissos assumidos pelo país acerca da redução do aquecimento global.
Diante de tal premissa, ao menos o setor energético do Brasil está no rumo certo para atingir as metas e cumprir os compromissos que assumiu internacionalmente de desenvolvimento sustentável.
Em 2016, o país assumiu um compromisso diante da Organização das Nações Unidas (ONU) para que, até o ano de 2025, promova uma redução de suas emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis registrados em 2005. Além disso, indicou uma contribuição indicativa subsequente de redução de 43% abaixo dos níveis de emissão de 2005, em 2030.
Tal meta, segundo análise de especialistas, conseguirá ser atingida com sucesso em decorrência de políticas bem definidas e ao crescente uso de fontes renováveis.
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Luís Fernando Badanhah, representante do Ministério de Minas e Energia, afirmou que é projetada uma queda no uso dos derivados de petróleo e o aumento das fontes renováveis na matriz energética para o ano de 2027.
Atualmente, a matriz energética brasileira é marcada majoritariamente por fontes renováveis, mas ainda apresenta uma grande dependência das fontes não renováveis.
Dessa forma, a expectativa é que as fontes como a energia solar e eólica, biogás e gás industrial atinjam quase 20% da matriz nos próximos anos.
— Em termos de combustíveis fósseis, temos no Brasil hoje 55,4%, que cairia para 50,6% em 2027. A gente tem uma posição favorável na questão energética em relação ao mundo. O Brasil tem hoje 43% de renováveis. Na matriz elétrica os números são melhores. Do ponto de vista de renováveis, destaque para a eólica, que subiria para 11,7% da matriz, em 2027, queda do óleo e carvão, e aumento da energia solar em 3,4% — afirmou o representante.
Energia Solar
O representante da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) Rodrigo Lopes Sauaia afirmou, na referida audiência pública, que a energia fotovoltaica tem avançado exponencialmente. Segundo ele, 93% dos brasileiros querem gerar energia limpa e renovável em suas empresas e domicílios.
— A tecnologia está acelerando sua implantação no mundo graças à redução do preço da energia solar fotovoltaica, que agora se torna acessível à sociedade. Apesar disso, o Brasil não é uma liderança solar, está atrasado no uso da tecnologia, no vigésimo primeiro lugar no ranking. Ainda estamos começando em relação a países que não têm recurso solar, como Japão e Reino Unido — afirmou.
O presidente executivo ainda ressaltou que a geração distribuída de energia no Brasil ainda não conta com um marco legal. Uma legislação específica traria segurança jurídica para o mercado, o consumidor e o investidor.
O primeiro semestre deste ano foi suficiente para que as instalações de sistemas fotovoltaicos no Brasil atingissem 90,77% do total instalado em 2018. Os dados segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que controla o segmento de geração distribuída.
De acordo com a Aneel, foram feitas 31.896 novas conexões de micro e minigeradores à rede até o final de junho deste ano, quase o total de instalações realizadas no ano passado, que foi de 35.139 sistemas. Dentre os municípios brasileiros, 4.049 possuem pelo menos um sistema fotovoltaico conectado à rede. Isso representa um crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Em investimentos, o volume já se aproxima dos R$ 4 bilhões movimentados pelo mercado de energia solar distribuída em 2018, conforme estudo da empresa Grenner, referente ao 1º semestre do segmento em 2019.
Fonte: Agência Senado e Agência Nacional de Energia Elétrica.
Setor energético metas ambientais.
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